Introdução ao blog

Para se entender a história da medicina não basta apenas compreender os recursos técnicos disponíveis para cada época, mas é fundamental irmos além: a história da medicina muitas vezes se confunde com a história de um estado, com a história de uma cultura ou de uma religião.


Durante as futuras publicações procuraremos investigar os acontecimentos da sociedade que influenciaram e mudaram os rumos da medicina.

domingo, 30 de novembro de 2014

Situação do Ebola hoje

O último balanço da OMS (Organização Mundial de Saúde), divulgado na noite de sábado (29), mostra que a evolução da doença acontece de forma diferente nos três países mais afetados pelo ebola. Se na Guiné e na Libéria a situação permanece sob controle, em Serra Leoa a epidemia não pára de progredir.

A epidemia do ebola se aproxima do dramático número de 7.000 mortos no oeste da África, segundo a OMS. Em somente três dias, 1.200 vítimas suplementares não resistiram ao mal. Serra Leoa é hoje a principal fonte de preocupação das Nações Unidas. A epidemia não pára de se espalhar, provocando o surgimento de 400 a 500 novos casos por semana. As autoridades e a própria ONU justificam a esta evolução dramática pela falta de centros de tratamento e de medidas de precaução. Sem leitos para acolhê-los, os doentes acabam ficando em casa e contaminando seus parentes.

A Libéria apresenta sinais de controle da doença e suspendeu o estado de emergência na quinta-feira (27). A medida havia sido instaurada em 6 de agosto passado. A epidemia matou mais de 2.500 pessoas no país, de um total de 5.100 pessoas no oeste da África.
Na Guiné, um dos países mais afetados, o balanço é de 1.260 mortos.

Incerteza
Tal cenário questiona se a ONU vai atingir o objetivo de erradicar a epidemia nos próximos seis meses. "O combate está balançando a favor do ebola", denunciou a americana Samantha Power, embaixadora dos Estados Unidos na ONU, diante do Conselho de Segurança da instituição.

Em Washington, as pesquisas científicas continuam e os primeiros testes com uma vacina para combater o ebola são considerados encorajadores pelas autoridades americanas.

O que é o Ebola?

doença por vírus Ébola (DVE) , também denominada no Brasil por doença por vírus ebola, é uma doença que atinge sereshumanos e outros mamíferos e que é provocada pelo ebolavírus. Os sintomas têm início duas a três semanas após contrair o vírus, manifestando-se inicialmente por febre, garganta inflamadadores musculares e dores de cabeça. Estes sintomas são seguidos porvómitosdiarreia e rash cutâneo, a par de insuficiência hepática e renal. Nesta fase, a pessoa infetada pode começar a ter hemorragias, tanto internas como externas. Em caso de morte, esta geralmente ocorre entre 6 a 16 dias após o início dos sintomas e na maior parte dos casos deve-se à diminuição da pressão arterial resultante da perda de sangue.
O vírus pode ser adquirido através de contacto com o sangue ou outros fluidos biológicos de um ser humano ou animal infetado. A transmissão por via aérea ainda não foi documentada em ambiente natural. Acredita-se que o reservatório natural seja o morcego-da-fruta, o qual é capaz de propagar o vírus sem ser afetado. Os humanos são infetados pelo contacto direto com os morcegos ou com animais que foram infetados pelos morcegos. Uma vez estabelecida a infeção humana, a doença pode-se também disseminar entre determinada população. Os sobreviventes do sexo masculino continuam a ser capazes de transmitir a doença através dosémen durante cerca de dois meses. Para o diagnóstico de DVE, são primeiro excluídas doenças com sintomas semelhantes, como amaláriacólera ou outras febres hemorrágicas virais. Para confirmar o diagnóstico são examinadas amostras de sangue para a presença de anticorpos virais, ARN viral ou do próprio vírus.
O controlo de um surto exige a coordenação entre vários serviços médicos, a par de um determinado nível de envolvimento da comunidade. Entre os serviços médicos necessários estão a rápida deteção e diagnóstico de pessoas de risco, rápido acesso a serviços de laboratório adequados, tratamento adequado dos infetados e gestão adequada dos mortos através de cremação ou enterro. A prevenção passa por diminuir o risco de propagação da doença entre animais infetados e seres humanos. Isto pode ser feito através do uso de vestuário de proteção ao manusear carcaças de animais suspeitas ou garantindo que toda a carne é plenamente cozinhada antes de ser consumida. Durante o contacto com pessoas com a doença, deve também ser usado vestuário de proteção adequado e as mãos devem ser frequentemente lavadas. As amostras de tecidos e fluidos corporais de pessoas infetadas devem ser manuseadas com especial precaução.

Não está ainda disponível qualquer tratamento específico para a doença. Os cuidados de apoio envolvem a terapia de reidratação oral(administração de água ligeiramente doce e salgada) ou terapia intravenosa, sendo capazes de melhorar o prognóstico da doença. A doença apresenta elevado risco de morte, matando entre 25% e 90% das pessoas infetadas, com média de 50%. A DVE foi identificada pela primeira vez numa região do Sudão e no Zaire, atual República Democrática do Congo. A doença geralmente ocorre em surtos em regiões tropicais da África subsariana. Entre 1976, ano em que foi pela primeira vez identificada, e 2013, a Organização Mundial de Saúdereportou um total de 1716 casos. O maior surto verificado até hoje é o ainda decorrente surto de ébola na África Ocidental de 2014, que atualmente afeta a Guiné-Conacri, aSerra Leoa e a Libéria. Estão em curso medidas para desenvolver uma vacina, embora ainda não exista nenhuma.

Missão da ONU contra o Ebola

As Nações Unidas anunciaram hoje a criação de uma missão de emergência para combater o Ebola com a função de coordenar todos os esforços internacionais para lutar contra a epidemia da doença em África.

O anúncio foi feito pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, durante a reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas convocada especialmente para analisar a epidemia do Ebola na África Ocidental.
"Decidi estabelecer uma missão de saúde de emergência das Nações Unidas, combinando a perspetiva estratégica da Organização Mundial de Saúde com uma capacidade de logística e operativa muito firme", afirmou.
A Missão das Nações Unidas para a Resposta de Emergência contra o Ebola (UNMEER, em inglês) vai enviar equipas avançadas para os países afetados antes do final deste mês, sublinhou o secretário-geral da ONU.
Esta missão terá cinco prioridades: travar a epidemia, assistir os infetados, garantir a prestação de serviços básicos, preservar a estabilidade sanitária e prevenir futuras epidemias.
"Esta situação sem precedentes requer medidas sem precedentes para salvaguardar a paz e a segurança", afirmou Ban Ki-moon, no discurso realizado no início da sessão no Conselho de Segurança.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

A Revolta da Vacina

O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX, era ainda uma cidade de ruas estreitas e sujas, saneamento precário e foco de doenças como febre amarela, varíola, tuberculose e peste. Os navios estrangeiros faziam questão de anunciar que não parariam no porto carioca e os imigrantes recém-chegados da Europa morriam às dezenas de doenças infecciosas.
bonde virado na Praça da República
Ao assumir a presidência da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves instituiu como meta governamental o saneamento e reurbanização da capital da República. Para assumir a frente das reformas nomeou Francisco Pereira Passos para o governo municipal. Este por sua vez chamou os engenheiros Francisco Bicalho para a reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas no Centro. Rodrigues Alves nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para o saneamento.

O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, com a derrubada de casarões e cortiços e o conseqüente despejo de seus moradores. A população apelidou o movimento de o “bota-abaixo”. O objetivo era a abertura de grandes bulevares, largas e modernas avenidas com prédios de cinco ou seis andares.

Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz. Para combater a peste, ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade espalhando raticidas, mandando remover o lixo e comprando ratos. Em seguida o alvo foram os mosquitos transmissores da febre amarela.
Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, foi instituída a lei de vacinação obrigatória. A população, humilhada pelo poder público autoritário e violento, não acreditava na eficácia da vacina. Os pais de família rejeitavam a exposição das partes do corpo a agentes sanitários do governo.

A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente insatisfeito com o “bota-abaixo” e insuflado pela imprensa, se revoltasse. Durante uma semana, enfrentou as forças da polícia e do exército até ser reprimido com violência. O episódio transformou, no período de 10 a 16 de novembro de 1904, a recém reconstruída cidade do Rio de Janeiro numa praça de guerra, onde foram erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados.

Fonte: http://www.ccms.saude.gov.br/revolta/revolta.html

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Vídeo Auschwitz

Experimentos médicos nazistas

Os Experimentos humanos nazistas foram uma série de controversas experiências científicas realizadas em uma grande quantidade de cobaias humanas que estavam detidos nos campos de concentração do regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Os presos foram coagidos a participar: não sendo voluntários de boa vontade. Normalmente, as experiências resultaram em morte, desfiguração ou incapacidade permanente. Em Auschwitz e outros campos, sob a direção do Dr. Eduard Wirths, os detidos eram submetidos a diversas experiências que supostamente ajudariam na guerra, desenvolvendo novas armas, ajudando na recuperação dos militares que haviam sido feridos, e para o avanço da ideologia racial apoiada pelo Terceiro Reich.

Experimentos envolvendo crianças e particularmente gêmeos, tinham como principal responsável o médico Josef Mengele, que realizou experiências em mais de 1500 gêmeos, dos quais apenas cerca de 200 sobreviveram aos experimentos. Depois da guerra, os crimes foram julgados pelo que ficou conhecido como o Julgamento dos Médicos, a revolta dos abusos perpetrados levou ao desenvolvimento do código de ética médica em Nuremberg.

Experimentos

De acordo com a acusação, nos Processos de Guerra de Nuremberg estavam incluídas as seguintes experiências:

Experiências com gêmeos


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Dr. Menguele


Experiências com filhos gêmeos, em campos de concentração foram criados para mostrar as semelhanças e diferenças na genética e na eugenia de gêmeos, bem como para ver se o corpo humano pode ser manipulado. O líder central dos experimentos foi Dr. Josef Mengele, que realizava experiências com mais de 1.500 presos gêmeos conjuntamente, dos quais menos de 200 pessoas sobreviveram aos estudos . Embora frequentasse a Universidade de Munique (localizada na cidade que se manteve um dos pontos focais durante a revolução de Adolf Hitler), estudando filosofia e medicina, com ênfase em antropologia e paleontologia, Mengele foi varrido pelos conceitos da história nazista e chegou a dizer que "este simples conceito político finalmente se tornou o fator decisivo na minha vida".

A recém descoberta de Mengele do "simples conceito político" o levou a fundir os seus estudos de medicina e de sua carreira política. Mengele recebeu seu doutorado por uma tese intitulada "Investigação morfológica Racial sobre a seção inferior do maxilar de quatro grupos raciais", que sugeriu que a raça de uma pessoa poderia ser identificada pela forma da mandíbula. A organização nazista viu os seus estudos como talentosos, e Mengele foi convidado a ser o principal médico e investigador no Campo de concentração de Auschwitz, na Polônia em maio de 1943 .

Neste local Mengele organizou experiências genéticas com gêmeos. Os gêmeos foram escolhidos por idade e sexo e mantidos em quartéis nos experimentos, a qual variou de injeção de produtos químicos diferentes para os olhos dos gêmeos, para ver se eles iam mudar suas cores, e também literalmente costurar gêmeos em conjunto para tentar criar gêmeos siameses.

Experimentos sobre Congelamento


Em 1941, a Luftwaffe conduziu experimentos para aprender como tratar a hipotermia. O estudo forçou pessoas a ficarem em um tanque de água gelada por até três horas. Outros estudo colocaram prisioneiros nus em campo aberto durante várias horas com temperaturas abaixo de zero. Os experimentadores avaliaram diferentes formas de reaquecimento dos sobreviventes .



Experimentos em hipotermia conduzidos pelos nazistasOs experimentos sobre congelamento/hipotermia foram conduzidos para o alto comando nazista. Os experimentos foram conduzidos em homens para simular as condições dos exércitos sofrido na Frente do Leste, e como as forças alemães estavam mal preparadas para o frio intenso.


Os experimentos foram conduzidos em Dachau e Auschwitz. Rascher notificava os resultados diretamente a Heinrich Himmler, e divulgava os resultados de suas experiências sobre o congelamento na conferência de médicos de 1942 intitulada "Problemas Médicos decorrentes do mar e do Inverno."
Os experimentos de congelamento eram divididos em duas partes. Em primeiro lugar, para determinar quanto tempo seria necessário para baixar a temperatura corporal até à morte, e segundo, qual a melhor forma de reanimar a vítima congelada. Método do cubo gelado provou ser o meio mais rápido para a queda da temperatura corporal. As seleções para os experimentos eram feitas entre jovens saudáveis judeus e russos. Eles estavam nus e preparados para o experimento. Uma sonda que mede a diminuição da temperatura corporal era inserido no reto. A sonda foi mantida no lugar por um anel metálico expansível, que foi ajustada para abrir dentro do reto para segurar a sonda firmemente no lugar. A vítima foi colocada em um uniforme da força aérea, e depois colocada na poça de água fria e começava a congelar.

Experimentos sobre Malária

Em torno de fevereiro de 1942 e abril de 1945, experimentos foram realizados no Campo de concentração de Dachau, a fim de investigar imunização para o tratamento da malária. Detentos saudáveis foram infectados pelo mosquito ou por injeções de extratos de glândulas mucosas das fêmeas de mosquitos infectados. Depois de contraírem a doença, estas pessoas foram tratadas com várias drogas para testar sua relativa eficiência. Mais de 1.000 pessoas foram utilizadas nesses experimentos, e desses, mais da metade morreu como resultado.

Experimentos sobre gás mostarda

Diversas vezes entre setembro de 1939 e abril de 1945, experimentos foram conduzidos em Sachsenhausen, Natzweiler, e outros campos para investigar o tratamento mais eficaz das feridas causadas por gás mostarda. Pessoas foram deliberadamente expostas a gás mostarda e outros gases, o que causava graves queimaduras químicas. As vítimas feridas foram então testadas para encontrar o tratamento mais eficaz para as queimaduras de gás mostarda.

Experimentos sobre Sulfonamida

Em torno de julho de 1942 e setembro de 1943, experimentos para investigar a eficácia da sulfonamida, um agente antimicrobiano sintético, foram realizadas em Ravensbrück. Indivíduos foram infectados com bactérias como a Streptococcusgangrena gasosa e Clostridium tetani (que provoca o tétano).  A circulação sanguínea foi interrompida pelo fato de terem sido feitas feridas nos vasos sanguíneos nas suas duas extremidades para criar uma condição semelhante a feridas de um campo de batalha. A infecção foi agravada por ter sido colocada depois quantidades de madeira e vidro fosco nas feridas. A infecção foi tratada com sulfonamida e outras drogas, para determinar a sua respectiva eficácia.

Experimentos sobre a água do mar

Em torno de julho de 1944 e de setembro de 1944, experimentos foram realizados no Campo de concentração de Dachau para estudar vários métodos de tornar a água do mar potável. Em certo momento, um grupo de cerca de 90 ciganos foram privados de comida e água, sendo dada de beber somente água do mar pelo Dr. Hans Eppinger, deixando-as gravemente feridos. Eles ficaram tão desidratados que lambiam os pisos recém-lavados, numa tentativa de obter água potável.

Experimentos sobre Esterilização

Em torno de março de 1941 e janeiro de 1945, foram conduzidos experimentos sobre esterilização em Auschwitz, Ravensbrück, e outros lugares pelo Dr. Carl Clauberg. O objetivo desses experimentos foi desenvolver um método de esterilização que seria adequado para esterilizar milhões de pessoas com o menor tempo e esforço possíveis. Esses experimentos foram realizados por meio de raios-X, cirurgias e diversas drogas.

Milhares de vítimas foram esterilizadas. Além desses experimentos, o governo nazista esterilizou cerca de 400.000 pessoas, como parte de seu programa de esterilização obrigatório. Especula-se que injeções intravenosas foram utilizadas para conter iodo e nitrato de prata e que foram bem sucedidas, mas tiveram efeitos colaterais indesejados, como sangramento vaginal, dor abdominal grave e câncer do colo uterino. Porém, a radiação era o tratamento favorito para a esterilização. A exposição de pessoas à radiação destruia sua capacidade para produzir óvulos ou espermatozóides. A radiação foi administrada enganando os presos, estes eram levados para uma sala e pedia-se o preenchimento de formulários, que levava dois a três minutos. Alguns eram submetidos a sessões de raio X, mas na realidade estavam sendo expostos a radiação. O tratamento de radiação era administrado sem o conhecimento dos presos, tornando-os completamente estéreis. Muitos sofreram graves queimaduras por radiações.

Experimentos com tifóide

Em dezembro de 1941 até fevereiro de 1945, experimentos foram conduzidos para investigar a ineficácia dos pontos com febre e outras vacinas. Em Buchenwald, uma grande quantidade de detentos saudáveis foram deliberadamente infectados com a bactéria do tifo para manter as bactérias vivas; Mais de 90% das vítimas morreram. Outros detentos saudáveis foram usados para determinar a ineficácia das vacinas e um número de diferentes produtos químicos. No decorrer desses experimentos, 75% dos detentos foram vacinados ou alimentados com uma das substâncias químicas e, após um período de três a quatro semanas, foram infectados com germes de febre com pontos. Os restantes 25% foram infectados, sem qualquer protecção prévia para comparar a ineficácia das vacinas e produtos químicos. Centenas de indivíduos morreram. Foi também realizado experimentos com a febre amarela, a varíola, tifo, paratifo A e B, cólera e difteria. Experimentos similares foram realizados com resultados semelhantes em Natzweiler.

Experimentos com venenos

Em torno de dezembro de 1943 e outubro de 1944, experimentos foram conduzidos em Buchenwald para investigar o efeito de diferentes venenos. Os venenos foram administrados secretamente na alimentação de indivíduos. As vítimas morreram em consequência do envenenamento ou foram sacrificadas imediatamente, a fim de permitir autópsias. Em setembro de 1944, eram disparadas balas venenosas contra os presos, que após a tortura, faleciam.

Experimentos com Bombas Incendiárias

Por volta de novembro de 1943 e janeiro de 1944, experimentos foram conduzidos em Buchenwald para testar o efeito de vários preparados farmacêuticos de fósforo. Estas queimaduras foram infligidas a prisioneiros com fósforo extraído de bombas incendiárias.

Experimentos de altas altitudes

No início 1942, os prisioneiros do Campo de concentração de Dachau foram utilizados por Rascher em experiências com pilotos alemães, que se ejetava em altas altitudes. A baixa pressão contendo esses prisioneiros era utilizada para simular as condições a altitudes de até 20 km (66.000 pés). Havia rumores que Rascher realizada vivissecções no cérebro das vítimas que sobreviviam ao experimento inicial. Das 200 vítimas, 80 morreram nos experimentos, e os outros foram executados.

Documentação e Estudos

O médico psiquiatra Robert Jay Lifton , em seu livro "Os Médicos Nazistas", em Inglês The Nazi Doctors apresentou detalhado estudo sobre como profissionais médicos racionalizavam sua participação em tais experimentos .

Relação com a Operação Paperclip

Originalmente chamada de Operação Overcast, a Operação Paperclip foi o nome de código da operação realizada pelo serviço de inteligência militar dos Estados Unidos para cooptar e levar aos Estados Unidos cientistas especializados em foguetes (V-1, V-2), eletro-gravitação (Discos Voadores/OVNIs), armas químicas, e medicina da Alemanha com o colapso do governo nacional socialista após a Segunda Guerra Mundial. Esses cientistas (dentre eles Wernher von Braun) e suas famílias foram secretamente levados para os Estados Unidos, sem o conhecimento ou aprovação do Departamento de Estado norte-americano. Nenhum deles tinha qualificação para um visto de entrada nos EUA, pois todos haviam servido a causa nazista durante a Segunda Guerra Mundial .

Questão da Ética médica

Muitas pessoas morreram como consequência das experiências efetuadas pelos nazistas, enquanto muitos outros foram assassinados depois dos testes terem sido concluídos, ou para estudar o efeito das experiências na autópsia. Aqueles que sobreviveram foram deixados muitas vezes mutilados, com incapacidades permanentes, corpos debilitados e problemas psicológicos.
Em 19 de agosto de 1947, os médicos foram capturados pelos Aliados, e levados aos processo conhecido como USA vs. Karl Brandt et. al., vulgarmente conhecido como os Julgamento dos Médicos. No julgamento, vários dos médicos alegaram em sua defesa que não havia direito internacional relativos a experimentação médica.

No entanto, a medicina alemã e a discussão envolvendo o consentimento informado, antecede a Segunda Guerra Mundial. Em 1900, o Dr. Albert Neisser infectou pacientes (principalmente prostitutas), com sífilis sem o seu consentimento. Apesar do apoio da maioria da comunidade acadêmica, a opinião pública liderada pelo psiquiatra Albert Mollficou contra Neisser. Enquanto Neisser foi multado pela Royal Disciplinary Court, Moll desenvolveu "uma teoria de um contrato legal positivista da relação médico-paciente", que não foi aprovada para o direito alemão. Eventualmente, o ministro dos direitos religiosos, educacionais e assuntos médicos afirmou que intervenções médicas que não sejam para fins de diagnóstico, curativos e imunização deveriam ser excluídos em todas as circunstâncias, e que o paciente devia ser informado sobre as possíveis conseqüências negativas da experiência ao qual passaria. No entanto, isto não foi juridicamente vinculativo.

Em resposta a ausência de regulamentos da relação entre paciente e médico, os Drs. Leo Alexander, e Andrew Conway Ivy elaboraram um memorando com dez pontos intitulado "Experimentos Médicos Permitidos" que passou a ser conhecido como o Código de Nuremberg. O Código define que experiências devem ser realizadas somente com o consentimento dos pacientes, que não devem causar dor desnecessária e sofrimento, e que deve haver certeza de que a experimentação não vai resultar em morte ou invalidez. No entanto, o Código não foi citado em nenhuma das acusações contra os réus e nunca se converteu em lei, tanto na Alemanha quanto nos Estados Unidos.
Médicos nazistas foram réus no tribunal de Nuremberg em 1947
Médicos nazistas foram réus no tribunal de Nuremberg em 1947

Legado

Os conhecimentos médicos modernos sobre a forma como o corpo humano reage ao ponto de congelamento para a morte se baseia quase que exclusivamente nesses experimentos nazistas. Isto, juntamente com a recente utilização de dados de investigação nazista dos efeitos do gás fosgênio, revelou-se ser controverso e apresenta um dilema ético para a medicina moderna que não concordam com os métodos utilizados para a obtenção desses dados. Do mesmo modo, surgiu uma polêmica a partir da utilização dos resultados da guerra biológica feitas pelo Exército Imperial japonês na Unidade 731. No entanto, os resultados da Unidade 731 foram mantidas pelos Estados Unidos e a maioria dos médicos envolvidos foram perdoados.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A Peste Negra

A Peste Negra, que matou vários milhões de pessoas na época, foi quase certamente uma praga bubônica. Contudo, ninguém sabia o que era nem o que a causava. A maioria das pessoas achava que tratava-se de punição divina. Alguns cristãos disseram que os judeus haviam envenenado os poços, e isso levou a massacres de judeus. Alguns atribuíam a praga a diferentes causas naturais, incluindo miasmas—venenos que acreditava-se existirem no ar, provenientes de animais e vegetais em estado de podridão. Algumas pessoas acreditavam que a praga era causada por contágio — isto é, que era transmitida de pessoa para pessoa mediante contato próximo — mas elas tinham pouca ideia do que poderia de fato transmitir a doença.

A Peste Negra levou a medidas importantes de saúde pública. A cidade de Veneza nomeou uma espécie de comitê de saúde pública, que publicou regulamentações para enterro e proibiu que os doentes entrassem na cidade. Procissões públicas também foram proibidas. Na cidade de Florença, um comitê semelhante determinou que se matassem cães e gatos. Os motivos para isso nunca foram esclarecidos. As pessoas dessa época certamente não sabiam que a praga bubônica é na verdade disseminada por pulgas de ratos para humanos; isso só foi descoberto séculos mais tarde. Contudo, cães e gatos carregam pulgas. Se a exterminação dos animais foi útil é uma boa pergunta. Por um lado, isso provavelmente eliminou muitas pulgas que habitavam nos animais. Por outro, os gatos são bons caçadores de ratos.

A área da medicina estava claramente se organizando ao redor da idéia de uma abordagem científica no final da Idade Média



Leitura indicada:  http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9dico_da_peste